O filme em análise é uma produção
de 1966, inicialmente dirigido pelo produtor e diretor Jack Hill, conhecido por
trabalhar costumeiramente com Roger Corman, um dos maiores produtores de filmes
B na história do cinema.
A película deveria ser uma
espécie de thriller gótico e seria interpretado pelos atores William Campbell e
Sid Haig, intitulado Operation: Titian, com locações na Iugoslávia (atual
Sérvia), no entanto o estúdio American International Pictures, alcunha de AIP,
conhecido por seus filmes de baixo orçamento e qualidade duvidosa, não ficou
satisfeito com o resultado final e não considerava o título do filme muito
comercial para o grande público, eles
pretendiam criar algo mais atmosférico e com um clima mais sombrio.
Então, deram uma tacada de
mestre, não satisfeitos com a visão de Jack Hill, contrataram a diretora
Stephanie Rothman para que refilmasse e adicionasse novas cenas a película.
Rothman que também havia trabalhado com Corman, teve a dura tarefa de deixar o
filme com um toque mais splatter e com mais gore, tentando alinhar aos filmes
que o estúdio estava acostumado a lançar. Essa foi uma jogada incomum na época,
pois Rothman foi uma das poucas diretoras femininas a trabalhar no gênero de
terror durante esse período.
Como o filme teve mais de um
diretor e com duas visões totalmente diferentes, virou uma salada, cenas sem
conexão, diálogos que beiram o pastiche, virando uma mistura estranha do
suspense gótico de Hill e do terror mais explícito de Rothman. A narrativa
pulava de um lado para o outro, tornando-se confusa para alguns espectadores,
mas também conferindo-lhe um charme peculiar de filme B.
A produção de Blood Bath
é, portanto, um testemunho das práticas de estúdio da época, onde filmes eram
frequentemente alterados e remendados para maximizar seu apelo comercial.
Apesar de sua produção fragmentada, Blood Bath se tornou um item de
culto ao longo dos anos, apreciado por sua história única e por representar um
momento interessante na evolução do cinema de terror de baixo orçamento.